Muito além do infantil: o poder cultural do “fofinho”
Durante décadas, tons pastel, personagens adoráveis e ambientes cobertos de doces foram restritos ao universo infantil ou às animações voltadas para o público jovem. Mas nos últimos anos, essa estética, que mistura doçura com saturação visual, invadiu o mundo adulto e se espalhou por áreas como moda, música, design gráfico, gastronomia e, principalmente, o entretenimento digital.
O que antes era considerado ingênuo ou “girlie” agora é reinterpretado como símbolo de otimismo, escapismo e até provocação. A cultura pop atual vem promovendo uma verdadeira explosão de açúcar visual — e ela tem implicações que vão além da superfície colorida.
Estética ou estratégia emocional?
O interesse crescente por universos doces, lúdicos e exageradamente coloridos reflete uma busca por conforto estético em tempos turbulentos. Em meio a crises políticas, climáticas e sociais, há um apelo simbólico forte em retornar a formas visuais que remetem à infância, à simplicidade e ao prazer imediato. Mas isso não significa regressão: trata-se, muitas vezes, de uma resposta criativa e sofisticada ao excesso de dureza do mundo real.
É por isso que ambientes que antes seriam considerados “cafonas” ou excessivamente infantis agora ganham status de tendência visual. O sucesso de séries como Barbiecore, o retorno de cores como rosa-choque e lilás às passarelas, e o boom de sobremesas esteticamente perfeitas no Instagram são apenas alguns exemplos dessa lógica de reconforto visual.
O lúdico como imersão digital
No universo digital, essa estética ganha ainda mais força. Jogos, aplicativos e experiências online apostam em visual doce e envolvente para atrair usuários e gerar engajamento sensorial. Um bom exemplo é o jogo Sugar Rush, disponível em https://www.vbet.bet.br/pb/casino/game-view/400043062/sugar-rush, que utiliza balas, doces coloridos e efeitos visuais vibrantes para criar uma experiência visualmente intensa, quase hipnótica.
Mais do que um estilo gráfico, esse tipo de ambientação funciona como portal emocional: ela transporta o jogador para um espaço acolhedor e imersivo, onde o prazer visual tem papel tão importante quanto a mecânica do jogo. O sucesso dessas experiências mostra que o lúdico deixou de ser sinônimo de superficialidade.
A estética açucarada nas redes sociais
Plataformas como TikTok e Instagram foram essenciais para a disseminação da estética “fofinha”, também chamada de sweet aesthetic ou pastelcore. Criadores de conteúdo transformam quartos em cenários de contos de fadas, produzem receitas visualmente encantadoras ou editam vídeos com filtros que saturam tons doces e adicionam brilhos suaves.
Esse movimento, embora pareça inofensivo, também é subversivo em muitos casos. Ele quebra com a lógica visual austera que dominou o design por anos e questiona o que é considerado “bom gosto”. Ao mesmo tempo, também abre espaço para uma comunicação emocional mais espontânea, principalmente entre públicos jovens, que se expressam por meio da estética tanto quanto pela palavra.
Masculinidades e suavidade: uma reconfiguração simbólica
Um dado interessante é como essa estética impacta a construção da identidade masculina. Por muito tempo, homens foram afastados de elementos considerados “doces” ou “suaves”. No entanto, com a popularização de visuais açucarados na cultura pop, muitos artistas, influenciadores e até marcas começaram a integrar cores pastel, brilhos e referências lúdicas ao estilo masculino.
Essa reconfiguração simbólica não é apenas estética: ela aponta para uma abertura maior a formas mais complexas e diversas de expressão emocional. O doce, nesse caso, se transforma em liberdade visual — e até política.
Um futuro mais doce (e visualmente interessante)
A ascensão da estética açucarada é uma resposta criativa ao cansaço visual provocado por tantos anos de minimalismo, paletas neutras e discursos visuais frios. Mais do que uma moda passageira, ela reflete um desejo coletivo por prazer visual, liberdade estética e reconexão emocional com o cotidiano.
Em um mundo saturado de problemas, formas doces e cores vibrantes funcionam como resistência sensorial. E talvez seja por isso que, cada vez mais, optamos por viver — ainda que em telas — cercados por nuvens cor-de-rosa, confeitos pixelados e brilhos que lembram infância, mas comunicam algo muito atual.