Com um total de R$ 123.993 em peças vendidas e encomendadas, o estande do Tocantins na 25ª Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), em Olinda/PE, celebra resultados expressivos nos cinco primeiros dias do evento, que teve início dia 9 e segue até 20 de julho. Nesse período, foram comercializadas 2.507 peças, totalizando R$ 69.979,00 em vendas diretas. Outras 2.160 peças foram encomendadas por lojistas e compradores de todo o país, somando R$ 53.904,00 em novos negócios para os artesãos tocantinenses.
A coordenadora estadual do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB) no Tocantins, Núbia Cursino, avalia com entusiasmo o desempenho da delegação tocantinense. “Tem sido uma participação extremamente positiva. O nosso estande está sendo elogiado por todos que passam por aqui, principalmente pelos clientes, que se encantam com o vestido feito de capim-dourado exposto na entrada. A beleza das peças desse material e das bonecas Karajá têm chamado muita atenção, e isso mostra a força e a autenticidade do nosso artesanato”, destaca.
Foto: Paulo Gualberto/SecomTOOs resultados refletem o trabalho de articulação entre os artesãos, associações e o Governo do Tocantins, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), sob a coordenação do secretário Tião Pinheiro e a gestão do governador Wanderlei Barbosa. A participação na Fenearte é estratégica para a divulgação dos produtos regionais, a geração de renda e o fortalecimento de negócios criativos com potencial internacional.
Nova coleção e uma história de perseverança
Quem também percebe essa valorização é a artesã tocantinense Eliene Bispo, representante da Associação Dianapolina de Artesãos, que participa da feira com uma nova coleção inspirada na filigrana de Natividade, técnica tradicionalmente associada à ourivesaria tocantinense. “Estamos com a coleção nova, que é inspirada na filigrana de Natividade. É uma coleção idealizada pela artesã Ana Cláudia, contratada pelo Sebrae [Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas], para fazer essa coleção nova conosco, para a gente renovar, ter peças novas. Criamos a mandala, um colar de mesa, inspirado no colar nativo e um porta-joias”, explica Eliene.
Foto: Paulo Gualberto/SecomTOCom 23 anos de trajetória no artesanato, Eliene celebra o reconhecimento atual, após muitas dificuldades enfrentadas no início. “Para mim é uma experiência muito boa. Isso significa que com 23 anos trabalhando com artesanato, passando por muita dificuldade, hoje estou exportando, participando dessas feiras em outros estados. A parceria com a Secult é muito significante, para levarmos ao exterior também, pois hoje a gente já trabalha com sete países”, conta.
A artesã relembra ainda os desafios da exportação no começo da carreira. “As três primeiras encomendas foram muito difíceis para eu conseguir mandar. Aí veio uma oportunidade com uma consultora da Apex Brasil, eu fiz uma oficina on-line com eles. E aí descobri que tinha transportadora, que eu podia exportar".
Com a experiência acumulada, Eliene Bispo também se tornou referência entre outros artesãos. “Aconselho os artesãos nunca desistirem porque, para começar a exportar, é muito difícil. Eu perdi as minhas primeiras vendas porque não conseguia emitir nota fiscal. Sempre buscava apoio, mas ninguém sabia como exportar. Tem artesão que, na primeira dificuldade, desiste. A gente não pode desistir. Hoje, sempre que vejo alguém com dificuldade, ajudo, porque eu já passei por isso”, afirma.
Estande encanta lojistas de todo o Brasil
Além dos expositores, a qualidade do artesanato tocantinense também chama atenção de lojistas de outros estados. Carolina Monteiro, da tradicional loja Cestarias Regio, de São Paulo, frequenta feiras de artesanato em todo o país e não deixa de visitar o estande do Tocantins. “Sempre que tenho oportunidade, passo no estande do Tocantins, que se destaca pela seleção de produtos sempre muito única. Este ano, achei o capim-dourado ainda mais bonito, especialmente com a ambientação em madeira do estande, isso valorizou muito o material e chamou mais atenção".
Especializada em peças indígenas e artesanato tradicional, Carolina elogiou também a organização das associações participantes. “Trabalho com diversos povos indígenas e, nessas feiras, é sempre uma ótima oportunidade de adquirir peças dos Karajá, por exemplo. A associação deles participa com um volume grande de produtos e sempre de forma muito organizada".
Para a lojista, o artesanato tocantinense é tão impactante que merece ser vivenciado de perto. “Mais do que ver essas peças nas feiras, seria incrível poder visitar o Tocantins, conhecer de perto onde os artesãos produzem, como trabalham e quais outras riquezas ainda têm a oferecer”, conclui. (SecomTO)