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Polí­tica

Foto: Divulgação

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Os oito parlamentares que compõem a bancada do Tocantins na Câmara dos Deputados votaram pela polêmica flexibilização das regras para licenciamento ambiental: Alexandre Guimarães (MDB), Eli Borges (PL), Filipe Martins (PL), Lázaro Botelho (PP), Vicentinho Júnior (PP), Antonio Andrade (Republicanos), Ricardo Ayres (Republicanos) e Carlos Henrique Gaguim (União). O Projeto de Lei 2.159/2021 foi aprovado na madrugada desta quinta-feira, 17, por 267 votos a favor e 116 contra. O texto vai à sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

O PL é motivo de intensas críticas. O IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) repudiou a aprovação do PL pela Câmara dos Deputados. Segundo o Instituto, o texto desmonta os pilares do licenciamento ambiental e enfraquece a capacidade do Estado de prevenir danos ao meio ambiente.

Na prática, como analisa o Ipam, a nova lei reduz exigências para uma série de atividades potencialmente impactantes, como obras de infraestrutura, manutenção de estradas e instalações agropecuárias, e também permite que Estados flexibilizem ainda mais as regras, criando um cenário de fragmentação e insegurança jurídica.

"No momento em que o Brasil se prepara para um dos eventos mais importantes para o futuro da humanidade, a COP30 em Belém, nosso Congresso nos brinda com uma agenda que vai na contramão de nossa liderança global: um PL que usa o correto pretexto de simplificar, para tornar o processo de licenciamento ambiental no Brasil menos transparente e mais arriscado para o meio ambiente”, avalia André Guimarães, diretor executivo do IPAM.

O Instituto analisa ser mais do que um retrocesso, "trata-se de uma decisão que pode gerar efeitos duradouros: aumento do desmatamento, ataque aos direitos de comunidades indígenas e tradicionais, maior exposição a tragédias ambientais e o enfraquecimento da credibilidade internacional do Brasil em temas climáticos". 

O Ipam reclama ainda que ao dispensar a consulta prévia a povos originários, desconsiderar critérios técnicos robustos e priorizar a velocidade em detrimento da análise de riscos, o texto rompe com princípios básicos da boa governança ambiental. "Além disso, a aprovação do texto se dá justamente em um momento em que o país trabalha para se reposicionar como liderança na agenda do clima e da biodiversidade.A comunidade científica também se posicionou alertando para os riscos da nova legislação, que ignora a emergência climática, descumpre compromissos internacionais, compromete todos os biomas brasileiros e afronta a ciência produzida no Brasil e no mundo". 

29 emendas

substitutivo aprovado pela Câmara dos Deputados incorpora 29 emendas do Senado ao Projeto de Lei 2159/21, com parecer favorável do relator, deputado Zé Vitor (PL-MG).

Ele afirmou que as emendas do Senado contribuem para estabelecer regras claras e objetivas para o licenciamento ambiental. "Após amplo debate com todos os setores interessados que buscaram um diálogo construtivo em prol de um texto equilibrado e que contribua com o desenvolvimento sustentável do País, o projeto se mostra apto", disse.

O presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que o relator da proposta atendeu cerca de 70% das demandas do governo. Segundo ele, houve negociação até o último momento e buscou-se negociar com o governo para construir uma convergência de um projeto bom para o País. "A primeira a ser visitada pelo deputado Zé Vitor foi a ministra [do Meio Ambiente] Marina Silva", disse Motta.

Como votaram os deputados do Tocantins 

Alexandre GuimarãesMDBTOSim
Eli BorgesPLTOSim
Filipe MartinsPLTOSim
Lázaro Botelho PPTOSim
Vicentinho Júnior PPTOSim
Antonio AndradeRepublicanos TOSim
Ricardo AyresRepublicanos TOSim
Carlos Henrique GaguimUnião TOSim