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Turismo & Lazer

A temporada de praia movimenta a economia em diversos municípios, como Pedro Afonso.

A temporada de praia movimenta a economia em diversos municípios, como Pedro Afonso. Foto: Divulgação SecomTO

Foto: Divulgação SecomTO A temporada de praia movimenta a economia em diversos municípios, como Pedro Afonso. A temporada de praia movimenta a economia em diversos municípios, como Pedro Afonso.

No coração do Brasil, não é o relógio que dita o ritmo, mas sim a natureza, que convida o visitante a viver sem pressa e a se conectar com tudo ao redor. Entre rios largos, serras antigas e tradições preservadas, o Estado se projeta como um destino plural, capaz de acolher viajantes de perfis diversos.

Mais do que falar de regiões, é nos segmentos turísticos que se revela a força dessa terra jovem, mas já madura na forma de encantar. E o melhor de tudo, é possível encontrar um pouco de tudo em diversos municípios, o que deixa o Estado ainda mais atraente aos visitantes dispostos a desbravar este território incrível chamado Tocantins.

“O Tocantins reúne belezas naturais únicas, tradições culturais vivas e um povo acolhedor, que fazem do turismo não apenas uma fonte de renda, mas também um instrumento de identidade, preservação e desenvolvimento sustentável. O turismo é uma das nossas maiores riquezas e será prioridade em nossa gestão”, analisou o governador em exerício, Laurez Moreira. 

Ecoturismo e aventura

Poucos lugares no Brasil oferecem a combinação que o Tocantins tem: Cerrado, Amazônia e traços do Pantanal se encontram em seus limites, criando paisagens únicas. Fervedouros que desafiam a gravidade, dunas douradas que parecem um pedaço de deserto em pleno Brasil central, rios transparentes que convidam ao mergulho.

É nesse cenário que o turismo de natureza e aventura encontra terreno fértil. Trilhas, rafting, boia cross, ciclismo e off-road fazem parte de roteiros que unem adrenalina e contemplação. Aqui, cada salto em uma cachoeira é também um reencontro com a essência do Cerrado.

 Foto: Adiel Ponte/SecomTO

Neste cenário impera o Jalapão, região com maior reconhecimento e a que recebe mais visitantes nacionais e internacionais. Porém, não falta beleza natural nas demais regiões turísticas, como as Serras Gerais, o Cantão, as Serras e Lago, que incluem Palmas, a capital.

Pesca esportiva

Foto: Divulgação SecomTO

Esporte, economia e preservação se unem em um só segmento que encontra seguidores capazes de cruzar o país em busca da emoção de pescar os maiores e mais desejados peixes, fazer a foto de registro e soltar logo em seguida.

Nos lagos e rios tocantinenses, o tucunaré azul reina absoluto. Ao lado dele, piraíbas, pirararas, pirarucus, corvinas, cachorras e outras espécies que transformam o Estado em referência para a pesca esportiva. O peixe vivo movimenta uma cadeia que envolve guias, pousadas, barcos, restaurantes e transporte.

“Eu era pescador que matava tudo até entender que a pesca esportiva é esporte e fonte de renda. O peixe vivo vale milhões de vezes mais que o peixe morto”, relatou Jeová Lima, guia de pesca em Palmas. Sua fala resume o espírito de um segmento que cresce, gera empregos e ainda reforça a preservação ambiental.

O melhor de tudo é o acesso: é possível chegar no aeroporto de Palmas e seguir imediatamente para o lago, com acesso a poucos minutos de carro. Seguindo pelas estradas tocantinenses, em apenas 2 horas pode-se chegar em municípios como Peixe e São Salvador, onde há perfeitos para o esporte.

Isso sem contar os rios Javaé, Araguaia e seus afluentes que, principalmente no entorno da Ilha do Bananal atraem número cada vez maior de pescadores.

Turismo cultural e religioso

Poucos estados guardam tradições religiosas tão intensas quanto o Tocantins. A Romaria do Senhor do Bonfim, em Natividade, Araguacema e Tabocão atraem milhares de devotos há mais de 200 anos. Já as Cavalhadas de Taguatinga, misturam fé e folclore em um espetáculo de cores e cavalos que encena batalhas medievais.

  Foto: Adiel Ponte/SecomTO

Em Porto Nacional, a centenária Matriz de Nossa Senhora das Mercês é o epicentro de atividades riquíssimas, sem esquecer Paraíso do Tocantins e a tradicional subida à Serra do Estrondo, durante a Semana Santa.

Essas celebrações não são apenas eventos religiosos. São manifestações culturais que unem gerações, movimentam o comércio e oferecem ao visitante uma experiência única de imersão na identidade tocantinense.

A cultura regional também se expressa nas comunidades tradicionais e ancestrais espalhadas de norte a sul do Estado, com destaque para as Serras Gerais, onde estão as cidades mais antigas, datadas do período colonial, onde se encontram produtos únicos, como as joias em filigrana de Natividade e se preservam grupos como os congos de Santa Rosa e Conceição do Tocantins.

Cerrado à mesa

O Tocantins também conquista pelo paladar. A cada festival gastronômico, como os de Taquaruçu/Palmas, de Peixe e de Arraias, novos sabores ganham espaço ao lado das receitas tradicionais.

Nos restaurantes e barracas de alimentação espalhados pelo Estado, peixes preparados de diferentes formas, arroz com pequi, frutas nativas como buriti, cagaita e mangaba transformam a cozinha em atrativo turístico.

Essa é a prova de que a gastronomia é, ao mesmo tempo, memória e inovação: conversa com o passado, mas aponta para um futuro de criatividade e valorização da biodiversidade.

Turismo comunitário

O visitante que chega ao interior do Tocantins dificilmente sai sem provar um café coado no pano, uma paçoca de carne seca ou um biscoito assado em forno de barro. Entre uma cavalgada e uma feira agropecuária, durante a Festa da Colheita do Povoado do Mumbuca (Mateiros/Jalapão) ou na Festa da Rapadura da Comunidade do Prata (São Félix/Jalapão, o turismo de base comunitária se mistura ao de natureza para resgatar o tempo das colheitas, das cavalgadas e das histórias contadas na varanda.

Foto: Adiel Ponte/SecomTO

Já nas comunidades quilombolas e aldeias indígenas, o turismo de base comunitária abre portas para vivências autênticas.

O artesanato em capim dourado vai muito além da criação de objetos decorativos: carrega memórias e sustenta famílias. Cada peça é a tradução do tempo e da sabedoria de mulheres que aprenderam com suas ancestrais a transformar a fibra dourada em agregado cultural e fonte de renda.

Sol e praias de rio

No mês de julho, o Tocantins se transforma. Cidades erguem estruturas à beira-rio para receber multidões que buscam lazer e descanso nas praias de água doce. Barracas, palcos e atividades esportivas animam famílias e amigos em busca de sol e diversão.

É um fenômeno cultural e turístico que movimenta a economia e reforça a identidade local. Afinal, aqui o lazer não depende do mar: o rio é o cenário e a areia branca, um convite a momentos de alegria com a família e os amigos.

Negócios e eventos

Capital planejada e moderna, Palmas se tornou palco de feiras, congressos e grandes shows que atraem visitantes de várias partes do país. Para a rede hoteleira, bares e restaurantes, cada evento é uma oportunidade de ampliar receita e divulgar o destino. Para o turista, é a chance de aliar compromissos profissionais a experiências de lazer em um cenário que mistura lago, serra e cidade.

Esse segmento cresce de forma consistente e fortalece a imagem do Tocantins como hub de oportunidades.

Etnoturismo e regeneração

O turismo indígena (etnoturismo) e o turismo regenerativo ainda são caminhos em construção, mas já mostram potencial. Povos como os Iny (Karajá e Javaé), os Krahô e os Xerente começam a receber visitantes em experiências que revelam rituais, saberes e modos de vida ancestrais.

É um segmento que exige cuidado e respeito, pois não se trata apenas de visitação, mas de encontro. Encontro com a história, com a diversidade cultural e com um Brasil profundo, que resiste e compartilha.

“Queremos ser exemplo e ajudar outras pequenas aldeias”, pontua Hiolo Werreria, cacique da aldeia Bela Werreria e único médico karajá. Ele e sua família estão construindo uma base para receber turistas na Ilha do Bananal, às margens do rio Araguaia. A proposta é reunir as aldeias mais próximas para mostrar a cultura, a gastronomia, o artesanato e a medicina natural.

A Secretaria de Turismo realizou visita para escuta das lideranças de aldeias Karajá, Javaé e Xerente, visando o desenvolvimento de propostas para o apoio ao desenvolvimento de projetos turísticos, especialmente os voltados para a cultura e preservação ambiental.

O turismo regenerativo ainda é uma abordagem emergente no Brasil, mas com crescimento acelerado, inclusive no Tocantins. “O país tem vocações naturais e culturais únicas”, pontua Luciana De Lamare, diretora do Instituto Aupaba, do Pará. “Para os viajantes, a experiência torna-se mais profunda, com reconexão com a natureza, culturas locais e valores humanos. Para as comunidades, significa geração de renda com respeito aos seus modos de vida, restauração de ecossistemas e fortalecimento da identidade e da autoestima coletiva”, completa ela.

Experiência neste sentido vem sendo realizada na região do Vale do Araguaia, próximo ao Parque do Cantão, com a realização de encontros envolvendo terapeutas holísticos, indígenas, comunidades ribeirinhas da região e visitantes de várias localidades. “Não é um turismo dentro do modelo da lógica de mercado, é uma proposta de reconexão e regeneração”, explica o empresário Guilherme Tiezzi. Em suas palavras, a mudança de ritmo, que substitui o relógio pelo canto dos pássaros, leva a jornadas transformadoras.

Diversidade e identidade

Mais do que um destino turístico, o Tocantins se apresenta como um mosaico de possibilidades. Um Estado onde o visitante pode começar o dia em uma trilha no Cerrado, viver a emoção da pesca esportiva, saborear um peixe fresco no almoço, participar de uma festa religiosa à noite e, no dia seguinte, mergulhar na cultura indígena ou em um congresso na Capital.

“Essa diversidade é a maior riqueza do Estado. Um turismo que se constrói na pluralidade, no equilíbrio entre tradição e modernidade, fé e aventura, Cerrado e rio. O Tocantins mostra que seu maior atrativo é ser, ao mesmo tempo, muitos destinos em um só”, disse Ana Carina Mendes Souto, secretária interina de Turismo.

“Tenho muito orgulho de ser tocantinense e de conhecer cada palmo desta terra. Nosso potencial turístico é imenso e precisamos, cada vez mais, fortalecer todos os segmentos, apoiar as comunidades, incentivar investimentos e projetar o Tocantins como aquilo que ele de fato é: um destino plural e inesquecível no cenário nacional e internacional”, concluiu o governador Laurez Moreira.