Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Economia

Foto: Rodrigo Lima/Banco da Amazônia

Foto: Rodrigo Lima/Banco da Amazônia

Um estudo inédito apresentado na quarta-feira, 19, no Pavilhão do Banco da Amazônia na Green Zone da COP30, revelou que o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) tem desempenhado papel decisivo no desenvolvimento econômico, social e ambiental da Amazônia nas últimas duas décadas. A análise, conduzida pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), avaliou a efetividade das operações do Fundo desde o início dos anos 2000 e apontou impactos expressivos sobre emprego, renda, atividade produtiva e redução do desmatamento.

Segundo o diretor corporativo do Banco da Amazônia, Diego Lima, o estudo é uma importante ferramenta para orientar melhorias e novas estratégias. “É muito claro como potencializamos resultados por meio das políticas públicas. Também é fundamental entender quais pontos precisam ser aprimorados e quais oportunidades se mostram para aproximar ainda mais o Banco da sociedade,” afirmou.

O professor da UFV e coordenador do estudo, Marcelo José Braga, explicou que os resultados demonstram que o Fundo está alinhado aos grandes desafios socioambientais do país. “O FNO contribui para o aumento do emprego, da massa salarial e do salário médio. Além disso, há impactos no PIB e no valor adicionado da agropecuária. Do ponto de vista social, conseguimos identificar regiões onde o retorno é maior, e estas deveriam ser priorizadas”.

Os resultados mostraram que empresas beneficiadas pelo FNO registraram crescimento médio de 12,9% no estoque de empregos, 14,6% na massa salarial e 1,8% no salário médio, além de efeitos positivos sobre a produtividade e o dinamismo regional. A pesquisa também identificou avanços relevantes em indicadores sociais, como redução da mortalidade infantil, melhora no déficit educacional e progressos no saneamento básico em municípios mais financiados.

Durante o painel “Políticas Públicas e o Desenvolvimento da Amazônia: Os Impactos do Fundo Constitucional do Norte no Desenvolvimento Sustentável da Amazônia”, especialistas destacaram que o FNO tem operado como instrumento anticíclico e redistributivo, reduzindo desigualdades e fortalecendo territórios de menor dinamismo. As análises também demonstraram multiplicadores econômicos superiores à unidade, indicando que cada real investido gera mais de um real em atividade econômica na região.

FNO Verde

Outro destaque foi o desempenho do FNO Verde, linha voltada à transição ambiental, que apresentou impactos diretos na redução de desmatamento e emissões, consolidando o crédito público como ferramenta de financiamento climático e inclusão produtiva sustentável. Municípios mais eficientes no uso do crédito também apresentaram menor pressão ambiental, mostrando que produtividade e conservação caminham juntas.

O relatório recomenda ampliar o alcance do FNO Verde, integrar indicadores ambientais aos modelos de avaliação e direcionar investimentos a territórios com maior retorno social. Também sugere reforçar políticas de inovação, qualificação e governança territorial para ampliar o impacto econômico e reduzir desigualdades.

Conectado aos eixos da COP30 e à Agenda 2030, o estudo conclui que o FNO se consolidou como um dos principais instrumentos de desenvolvimento sustentável do país, ao articular crescimento econômico, inclusão social e conservação ambiental, pilares fundamentais para o futuro da Amazônia.