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Saúde

Foto: Divulgação

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O secretário de Saúde do Estado, Arnaldo Alves Nunes que também é médico apresentou ao Conexão Tocantins um balanço dos principais gargalos da saúde do Estado neste ano. O gestor da Saúde conta que se sente bem ocupando o cargo ainda na interinidade há quase um ano.

Arnaldo comenta ainda a divisão de poderes com o secretário executivo Sebastião Silveira. O secretário não poupa elogios à atuação da Pró-Saude e explica como se dará a fiscalização às ações da organização social contratada em setembro pelo governador Siqueira Campos.

Sobre os 21% que está destinado para a área da Saúde no orçamento do próximo ano que ainda tramita na Assembleia, Arnaldo conta que o percentual para investimento continuará o mesmo: 3%.

Veja na íntegra a entrevista com o secretário Arnaldo Nunes:

Conexão Tocantins - Secretário, com certeza a Saúde foi o maior gargalo do governo nesse primeiro ano. Muitas polêmicas, muitas falhas e dificuldades...o que melhorou efetivamente até agora?

O Tocantins está hoje com uma posição igualitária com o Brasil. O que temos de mais moderno no Brasil o Tocantins já dispõe que são as OS como parceiras nas execuções das tarefas que a secretaria precisa e a população precisa. Desse ponto de vista, começam a aparecer os resultados; De setembro até agora nós evoluímos em presteza em agilidade para a prestação de serviços para a população. Não mais faltou material e medicamento, coisa que sempre antes era corriqueiro acontecer. Eventualmente alguém fala que falta um item mas fala de manhã e à tarde já está providenciado.então nos deu uma tranqüilidade para atender os pacientes e eles também se sentem tranqüilos ao saberem que ao chegarem em uma unidade não vai faltar procedimento e nem material e procedimento para ele.Advindo disso, dessa primeira equação que resolvemos nós estamos resolvendo a questão da distribuição do trabalho dos profissionais para executar as tarefas. Havia muita distorção sobre a carga horária dos profissionais em relação ao produzido e hoje nós estamos fazendo cruzamento de informação de dizer: carga horária , renumeração e produção.Temos trazido muitos benefícios para a estrutura da secretaria e para a população e isso a cada dia que a passa a população verifica, vê que é real esse acontecimento.Pessoas que estão sendo contratadas para executar uma tarefa estão fazendo essa tarefa.

CT - Sobre a contratação da Pró-Saúde...até o momento a instituição não apresentou o balanço dos primeiros meses de atuação. As reclamações tanto de pacientes e até de profissionais continuam.Qual o balanço com relação à Pró-Saúde e a prestação de serviços nas unidades que ela administra?

Cada dia que passa nós percebemos a evolução na Saúde.Uma saúde com a complexidade que é não há um toque de mágica e as coisas para as coisas se resolverem da noite para o dia. Temos a visão que há uma melhoria constante nesse sentido. Como estamos há bastante tempo sem solução, nos falta ter um crédito de dizermos que vai melhorar, que vai acontecer.É que a gente já teve muitas promessas e aí a gente fica agora devedor dessas promessas. Mas numa complexidade de saúde estamos planejando. Planejamento significa tempo.Eu preciso de tempo para executar essas ações e esperamos nós estarmos próximos e que a população verifique e veja o que fizemos. Já estamos internando mais pessoas do que internavamos antes.É difícil a pessoa entender que nós já devíamos absorver todos mas a estrutura física que nós precisamos e as pessoas vamos treinar, reciclar para fazer essas tarefas precisam de tempo.Eu faço comparações e elas servem muitas vezes para ilustar e ver a ação de um outro olhar, espero que seja. Nós estamos trabalhando na Saúde como se estivéssemos cada um de nós uma conta bancária negativa: a gente coloca dinheiro na conta e por mais que colocamos ainda continua negativa.mas nós temos que trabalhar, temos que viver, que vestir, morar e consumirmos o dinheiro que colocamos. Vai ser um dia que essa conta será positiva. Quando? Depende da quantidade de volume que colocamos dentro dela.Depende do saque que nós fazemos para o dia-a-dia nosso. A saúde está tão devedora em prestação de serviço que parece que esses recursos que temos,extraindo dele resultados ainda fica devedor.Cada dia eu enxergo que essa conta está perto de ficar positiva não só para nós estrutura de saúde, mas para o trabalhador, o usuário que está lá precisando que alcancemos essa meta de equalizar essa conta para que quando ele nos procure estejamos prontos para atendê-los.

CT: Como o Estado e a Sesau estão fiscalizando o trabalho da Pró-Saúde?

Foi feito um planejamento, um treinamento para a secretaria . Nós nos preparamos para isso.Tem um grupo de pessoas que nós chamamos de núcleo gestor que foi treinado em São Paulo, nos ambientes melhores de OS para terem essa habilidade e saber inspecionar o contrato e depois saber acompanhar a execução desse contrato. Então, essa equipe que temos aqui na secretaria ela viaja constantemente nas unidades supervisionando.Já foram em Araguaina, em Arraias, em Paraíso em todas as unidades. E todos os dias eles tem essa tarefa de ir in loco no ambiente onde está sendo executado o contrato e verificar pontualmente cada meta proposta, quanto foi feito e quanto custou esse serviço para nós.Eles podem inclusive fazer sugestões de nova smetas que podem ser colocadas nos contratos.

CT: Secretário, qual a relação do Estado com a rede privada. Existe algum acordo para reservar atendimento ou vaga para pacientes na rede privada?

A capacidade instalada em Palmas é insuficiente para atender a demanda. Então nós temos dois caminhos: ampliar o nosso serviço, construir mais, e aí vai demorar mais, ou já comprar serviços de quem já tem.Nós estamos nos dois caminhos, O HGP tem uma proposta de ampliação. Temos 200 leitos e nós vamos dobrar para 400. Temos 6 salas cirúrgicas, nós vamos para 32.Nós temos 28 leitos de UTI e vão ser 56.Só que isso leva tempo....não posso pedir à população que esperem, que aguardem.Nesse intervalo nós estamos comprando serviços da iniciativa privada.Muitos me perguntam: quanto você vai comprar? Não sei, a necessidade é que dita quanto nós vamos comprar leitos de UTI, de cirurgia eletiva. Enquanto nós não edificamos nosso prédio e aí podemos ter quantitativo suficiente para não mais comprar.

CT: O governo encaminhou o orçamento para a Assembleia com destinação de 20% da receita prevista para 2012 para a Saúde. Podemos dizer então que vai sobrar mais para investir na construção de hospitais e outras demandas urgentes da área?

Muito interessante nós enxergarmos o Tocantins com esse volume de recursos.Poucos estados ultrapassam a barreira recomendada de 12% . O Tocantins gasta hoje 16,5% com saúde.Quando vamos verificar como os outros Estados se comportam....o Maranhão por exemplo, vizinho nosso, ele gasta 12% , 6% é investimento e os outros 6% são folha e nós sabemos como está a saúde do Maranhão.Nós vamos daqui para Goiás, que também é a mesma coisa, gasta metade na folha e a outra em investimento.Só tem um Estado que é o Amazonas que gasta 22%, 10% em folha e 12% em custeio e investimento e o Tocantins gasta 16,5%.Qual é a nossa característica? 13,5% é folha, sobre 3% para custeio e investimento.E hoje se nós compararmos como está a saúde no Estado e como está com a do Maranhão vamos verificar que a Tocantins é melhor.No ano de 2012 o governador Siqueira Campos como uma pessoa voltada para a saúde aumentou mas qual é o problema: Vai sair de 13 para 20 mas o valor de investimento continua o mesmo.Então o que nós estamos fazendo hoje com 3 vamos continuar fazendo em 2012 com o mesmo volume de recursos.E estamos nos esforçando para melhorar. Em números de leitos de UTI nós vamos duplicar, hoje nós temos 48, vamos criar mais 50 leitos de UTI com isso o volume de recurso continua 3%.

CT: Sobre o cadastro reserva da saúde secretário ...há previsão de chamar mais aprovados? A Secretaria de Saúde pretende contratar mais profissionais da Saúde ainda este ano?

Nós estamos no limite da Lei de responsabilidade Fiscal recomendada em 48% mas não é de se esperar que nós vamos chamar mais pessoas do concurso.É de se esperar que se nós tivermos necessidade de pessoas nas unidades hospitalares a OS vai contratar.

CT: Secretário, o senhor ainda permanece oficialmente pelo menos, como interino na pasta. Quase um ano de interinidade. Porque a efetivação do cargo não veio até hoje?

Essa é uma preocupação para mim sem necessidade. Nós os secretários, todos somos interinos e estamos a depender da nomeação do governador. Eu me sinto bem e quero continuar interino, porque interino eu sou. Peço a todos que compreendam essa situação. Eu vim colaborar por um tempo determinado ou pelo governador que convida as pessoas a trabalhar ou pelo gestor no caso eu que meu tempo deve chegar uma hora. Eu sou, estou interino e desejo continuar interino até o dia em que eu não puder mais colaborar e sair.

CT: O senhor entregou mesmo neste segundo semestre uma carta de renúncia ao governador? E a nomeação e criação e criação do cargo do Sebastião Silveira como secretário Executivo...qual o propósito e como se dá essa divisão de poderes na gestão da pasta?

Naquela data não existia a figura de secretário executivo.Existiam só os superintendentes.O governador entendia que quando o secretário se ausentava, tinha que escolher dentre os superintendentes que ia ficar respondendo pela secretaria.Então se criou a figura do secretário executivo que automaticamente quando o secretário não está ele responde.O secretário executivo foi criado após e foi um ganho para a secretaria.Havia uma sobrecarga muito grande ao gestor, ao secretário nessas tarefas e ele veio para colaborar e ajudar a minimizar esse peso que o secretário tem.