O Governo Federal destinará R$ 270 mil ao Governo do Tocantins, através da Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semades), para projeto que visa revitalizar as ipucas no Tocantins. Os recursos são oriundos do Programa de Recuperação e Preservação das Bacias do Tocantins-Araguaia, do Ministério do Meio Ambiente, destinados por meio de seleção pública. O resultado da seleção foi publicado no Diário Oficial da União, na edição de segunda-feira, 19.
As ipucas são fragmentos de floresta natural que inundam a cada seis meses e só ocorrem no Tocantins devido ao encontro dos biomas cerrado, amazônico e pantaneiro. São localizadas na bacia do Rio Formoso, principalmente próximo aos municípios de Pium, Lago da Confusão e Formoso do Araguaia.
De acordo com a diretora de Planejamento dos Recursos Hídricos da Semades, Danielle Magalhães, sua função é equilibrar o regime hídrico nessa região, marcada por períodos de cheia e seca. “No período chuvoso as ipucas acumulam água e bastante umidade, e no período seco ela mantém essa umidade por mais tempo, influenciando o seu entorno e atuando na recarga do lençol freático”, relata.
Degradação
A diretora conta que durante muito tempo as ipucas foram degradas em virtude da expansão agrícola que só foi inibida pela portaria do Naturatins nº 483, de 2008, estabelecendo procedimentos e critérios para licenciar as áreas das ipucas e seu entorno.
Segundo ela, o fato do solo das ipucas não servir para a agricultura também ajudou a conter a degradação da área. “Os fazendeiros descobriram que não adiantava desmatar a ipuca para plantar porque o solo dela não serve para o cultivo”, aponta.
Revitalização
A coordenadora de Políticas de Recursos Hídricos da Semades, Aymara Colen, disse que o projeto será focado nas ipucas que foram degradadas antes do Estado estabelecer um marco legal para a sua preservação. “As áreas serão recuperadas por meio da introdução de espécies nativas e pela regeneração natural, usando técnicas de reabilitação, manejo e conservação”, detalha.
Danielle Magalhães complementa dizendo que serão realizados seminários sobre o projeto, voltado para os gestores locais, sociedade civil organizada e agricultores. “Acreditamos no apoio dos setores produtivos e dos gestores porque a conservação das ipucas significa maior disponibilidade de água e solo mais rico o que, naturalmente, favorece o cultivo na região”, enfatiza. A previsão é que em fevereiro de 2012 técnicos da Semades comecem a executar o projeto, que deve seguir até 2013. (Secom)