O deputado estadual Olyntho Neto (PSDB) apresentou requerimento, em caráter de urgência, na sessão desta quinta-feira, 17, na Assembleia Legislativa do Tocantins, solicitando envio de expediente ao presidente da Câmara dos Deputados e do Senado para a bancada dos deputados federais e senadores do Tocantins para que votem a favor do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o que gerou discussão. Amália Santana, José Roberto Forzani, e José Salomão, todos do Partido dos Trabalhadores (PT), e outros deputados, criticaram.
Amália Santana defende atenção aos problemas locais e falou em pré-guerra civil. “Acho que temos problemas demais no nosso estado. Temos uma bancada preparada, equilibrada, que foi para a tua, colocou o seu nome e certamente estão convictos da sua posição. Nós não estamos aqui nessa casa de Leis pela vontade popular para instigar o ódio e nem preparar um pré-guerra civil”, disse.
A petista pediu ponderação. “É papel nosso o equilíbrio e de buscar sensibilidade do nosso povo para não ir para o embate. Sou contra, esse não é o papel desse parlamento. Nossa presidente está muito acuada, está sendo injustiçada e cabe ao parlamento federal fazer o papel dele”, frisou.
Ricardo Ayres (PSB) manifestou ser favorável ao impeachment da presidente Dilma mas também criticou o requerimento. “Primeiro acho que a presidente Dilma deveria renunciar o seu mandato tendo em vista os fatos todos da forma que eles se desenvolveram mas acredito que a manifestação desse parlamento no sentido de cobrar um processo de impeachment que afeta outra Casa”, disse. Segundo Ayres, a votação pode prejudicar o Tocantins. “Ela extravasa da nossa atribuição para poder futuramente, inclusive, prejudicar o Estado na relação institucional que precisa ter efetivamente com a União Federal. Não é um assunto pertinente a esta Casa”, afirmou.
Para José Salomão o requerimento é esdrúxulo. “Vir apresentar um requerimento esdrúxulo que não tem nada a ver com as nossas atribuições. Ele quer tocar fogo no palheiro. Ele quer apostar no quanto pior melhor. Isso não leva a nada deputado! Vejo vossa excelência muito nervoso, saltitante. Parece que está impressionado com o teatro e jogando para a plateia. Sou radicalmente contra”, criticou.
O deputado Elenil da Penha (PMDB) disse não ver necessidade da urgência do requerimento. “A urgência não encontra nenhuma sustentação básica. Nessa parte da urgência, nesta matéria não posso votar favorável porque não concordo. Os ânimos estão muito exaltados”, pontuou.
José Roberto foi além. Segundo o petista, o juiz Sérgio Moro tem coordenado uma organização mafiosa e nazista. “Encaminho voto contrário e coincidentemente, ontem, antes de todos os ocorridos, eu já havia conversado com alguns deputados que o que o Sérgio Moro tem coordenado é uma organização mafiosa, nazista. Com alguns membros do Ministério Público, da Polícia Federal, da Justiça em consonância com a grande mídia, com os barões da mídia. Isso ficou provado ontem”, afirmou.
Valdemar Júnior votou contrário ao requerimento. Amélio Cayres (SD) entendeu não ser matéria a ser votada em regime de urgência e votou contrário. José Bonifácio (PR) votou contra mas disse que o ex-presidente Lula está sendo desastrado em suas conversas. "O ex-presidente Lula, atual ministro da Casa Civil, mordomo maior, o mor do governo, tem sido desastrado nas conversas dele principalmente quando chama o poder judiciário, o Supremo de acovardado. O deputado Olyntho está totalmente correto de tocar fogo no paiol", disse. Eli Borges (Pros) disse que Lula precisa respeitar o judiciário mas também não viu necessidade na urgência do requerimento e votou contra.
Eduardo Siqueira disse acompanhar o deputado Olyntho Neto e pediu ao deputado José Roberto que tire a palavra mafioso ao referir-ao juiz Sérgio Moro. "Porque isso sim é alguma coisa que não cabe a sua personalidade e ao juiz!", sustentou.
Por maioria, o requerimento foi rejeitado.
Ministro da Casa Civil
O deputado José Roberto frisou não ter nada de anormal na nomeação do ex-presidente Lula a ministro da Casa Civil e criticou. “Eles já haviam anunciado (Lula) como o novo ministro. E esse ato imoral, ilegal do Sério Moro, grampeou a presidente a partir do Palácio do Planalto, coisa que não existe na Constituição. Ele sim é um criminoso e do grande que utiliza da justiça para poder fazer uso político a serviço dos barões da mídia”, sustentou.
José Roberto enfatizou que o juiz Sérgio Moro coordena uma equipe “mafiosa”. “Mouro e a sua equipe mafiosa nazista não querem combater a corrupção, não querem combater nada, porque se quisesse o primeiro que estava preso era o Aécio Neves que foi denunciado seis vezes e nenhum processo foi aberto. É um momento de radicalidade”, disse.