A Polícia Federal mais uma vez realiza operação envolvendo representantes da Prefeitura de Palmas/TO na manhã desta quinta-feira, 10 de novembro. Desta vez o alvo principal é o próprio prefeito Carlos Amastha (PSB) que teve seu apartamento no Edifício Galápagos na 204 Sul e sua suposta casa no setor Jardim Taquari sob busca e apreensão. A PF também realizou a operação denominada "Nosotros" no gabinete dois do prefeito que fica no Orquidário do antigo Projeto AMA, na avenida Teotônio Segurado.
A Operação Nosotros ocorre em cumprimento a um mandado do juiz federal Klaus Kuschel do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília/DF, e ordena que se cumpra a busca e apreensão de todos os documentos, mídias e dispositivos que tenham informações para a investigação que corre sob sigilo de justiça. A operação é coordenada pelo delegado Rodrigo Borges Correa, da Superintendência Regional da Polícia Federal em Palmas.
O processo investigativo é o de nº 0052307-042016.4.01.0000/TO tramitando na 2ª Seção do Tribunal Regional Federal e segundo informações repassadas pela Polícia Federal, trata-se de investigação com o objetivo de apurar suposta fraude envolvendo o processo de licitação para construção do sistema de transporte do BRT (Bus Rapid Transit) de Palmas no valor aproximado de R$ 260 milhões de reais.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, estão sendo cumpridos 22 mandados judiciais, sendo 10 de condução coercitiva e 12 de buscas e apreensão nos estados de Tocantins, Paraná e Santa Catarina. Entre as pessoas conduzidas estão o secretário municipal de Finanças, Claúdio Schuller, além de donos de imobiliárias e donos de terras. Diversos servidores públicos também serão intimados a prestarem esclarecimentos.
A PF identificou o repasse de informações privilegiadas da Prefeitura de Palmas a empresas que participaram da concorrência. Em conluio com grandes imobiliárias da região, agentes públicos também pressionavam proprietários para que cedessem, a título gratuito, parte de suas terras para pessoas ligadas ao esquema criminoso. Uma das formas de coação era através da cobrança de altos valores de IPTU desses proprietários, segundo a Polícia Federal.
Os crimes investigados são fraude à licitação, concussão e excesso de exação (quando o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido) entre outros
Pela rede social Twitter, o prefeito informou que está rumo ao Smart Cities (seminário Cidades Inteligentes) em Barcelona e disse que resta colaborar. “Bom dia Palmas. A PF está nos meus endereços fazendo busca e apreensão. Resta colaborar”, disse Amastha. O prefeito ainda disse: "Pelo que fiquei sabendo até agora, não faz sentido nenhum. Parece denúncia montada dos proprietários das grandes áreas (loteamentos). Esperemos detalhes", postou.
O Smart City Expo & World Congress, evento internacional, acontece de 15 a 17 de novembro e promove discussões importantes sobre cidades inteligentes, sustentabilidade e tecnologia, segundo a Prefeitura de Palmas.
Secretário Schuller
Esta não é a primeira vez que a Polícia Federal conduz coercitivamente o secretário de Finanças da Prefeitura de Palmas, Claúdio Schuller para prestar esclarecimentos. Ele também é investigado por possível posse de armas em situação irregular. Esta é a terceira operação realizada na residência de Claudio Schuller em pouco mais de 40 dias. (Matéria atualizada às 09h24min)