A senadora Kátia Abreu (PDT-TO) subiu à tribuna nesta terça-feira (12) para defender a manutenção das subvenções à agricultura brasileira. A fala de Kátia é uma reação à intenção do ministro da Economia, Paulo Guedes, de cortar a oferta de crédito com taxas subsidiadas.
Segundo a parlamentar, a subvenção - que é a diferença desembolsada pelo governo entre a taxa Selic do País e os juros cobrados dos produtores - é fundamental para garantir competitividade aos agricultores e manter o crescimento do setor que responde por 20% do Produto Interno Bruto (PIB) do País.
“Vim protestar contra esse ataque à agricultura brasileira. Espero muito que o presidente Bolsonaro possa barrar essa intenção do ministro Paulo Guedes, a quem me refiro com todo respeito, mas com toda a firmeza de quem conhece minimamente bem o campo nesses últimos trinta anos dedicados ao setor”, afirmou durante discurso.
A ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento disse que o instrumento não é uma benesse ao setor, que é altamente eficiente e produtivo, mas sim uma necessidade diante das intempéries climáticas, da precária infraestrutura de escoamento e das altas taxas de juros.
“É um favor? É uma caridade ao produtor rural? Não, absolutamente não”, afirmou Kátia, que sublinhou ainda a necessidade de subvenção aos pequenos agricultores, que respondem por 86% de todos os produtores rurais. “É uma necessidade de agricultores de todos os tamanhos, mas a agricultura familiar também não pode ficar desamparada”.
“Nós temos respondido à economia nacional. Se o país hoje tem quase seiscentos bilhões de reservas cambiais, que é um colchão de amortecimento para a economia e o seguro deste país, saiu do superávit da agricultura. Ninguém pode negar”, afirmou.
Kátia lembrou ainda que, enquanto o Brasil desembolsa US$ 7 bilhões ao ano em subvenção, a União Europeia gasta US$ 105 bilhões e os Estados Unidos, US$ 96 bilhões – dois grandes competidores mundiais dos produtos agropecuários brasileiros. Além disso, a subvenção do seguro agrícola nos Estados Unidos chega a 98% e, no Brasil, não passa de 20%.