Realizar torniquetes, sugar, queimar ou cortar a ferida, passar óleos, ervas ou até mesmo ingerir bebida alcoólica são algumas das medidas comuns que ocorrem após acidentes ofídicos, que segundo o médico pediatra do Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT/Ebserh), Dario da Silva Júnior são manejos equivocados por parte de quem prestou os primeiros socorros.
Deste modo, embasado nos princípios de poder disseminar os conhecimentos quanto prevenção e assistência, o médico desenvolveu uma pesquisa em sua dissertação de mestrado, com dados epidemiológicos com intuito de contribuir com a equipe de gestão hospitalar na melhoria das políticas assistenciais da instituição, e reforçou o compromisso de educador em saúde, frente a criação de material didático de primeiro atendimento às vítimas de ofidismo na macrorregião atendida pelo hospital universitário.
No folder, o profissional enumera os procedimentos corretos pós acidente: manter a calma da vítima; mantê-la hidratada com água; lavar a ferida; imobilizar a ferida e manter o membro elevado; levar ao hospital de referência o mais breve possível. Também tem algumas dicas de cuidados para a prevenção como limpar áreas próximas as casas, não deixar portas abertas ao entardecer, entre outras recomendações.
O estudo foi voltado aos atendimentos pediátricos, porém o material didático vale para atendimento a vítimas de todas as idades. O pediatra explica que o estudo se justifica ainda pela carência de trabalhos relacionados a área específica, principalmente na região Norte do Brasil, sendo o primeiro com esta temática apontado no Estado do Tocantins. “Entende-se que além da contribuição científica, a presente pesquisa apresenta um enfoque de educação em saúde para os pais e outros responsáveis pelos cuidados das crianças vítimas de ofidismo, melhorando o atendimento pré-hospitalar e, por conseguinte, diminuindo os riscos de complicações intra-hospitalares”.
Referência
O HDT-UFT é referência no atendimento desse tipo de agravo para o município de Araguaína e região, e nos últimos quatro anos registrou um número total de 602 notificações (internas do HDT-UFT e de outras unidades saúde), conforme dados fornecidos pelo Núcleo Hospitalar de Epidemiologia da instituição (2019: 236; 2020: 186; 2021: 107; 2022: 73).
O fluxo de atendimento funciona por demanda espontânea.
Sobre o HDT-UFT
O HDT-UFT é o primeiro hospital universitário federal do Estado do Tocantins, oferta atendimentos especializados em doenças infectoparasitárias e faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) desde fevereiro de 2015.