Uma pesquisa inédita, conduzida pelo Instituto Ipsos e encomendada pela biofarmacêutica Takeda, com a colaboração da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), entrevistou 2 mil brasileiros – dos quais 8% são da região Norte do País – para entender as percepções sobre adengue, a vacinação em geral e sobre a doença. Os resultados mostram que 91% dos entrevistados do Norte veem a vacinação contra a dengue como uma medida eficaz de prevenção, destacando-se como a região do país com maior confiança na imunização em comparação com a média nacional, mesmo diante da ampla exposição a fakenews, especialmente nas redes sociais.
Por outro lado, a busca por informações sobre dengue é a menor do País, com apenas 63% se informando ativamente, em comparação a 76% da média nacional. Além disso, 86% consideram a dengue uma doença grave, abaixo da média nacional de 91%, evidenciando uma percepção menos alarmante da doença.
Ao serem perguntados se receberam alguma fake news ou desinformação sobre vacinas em geral por diferentes canais - internet, redes sociais, WhatsApp, amigos ou familiares, imprensa -, 70% dos entrevistados do Norte afirmaram já terem sido impactados por esse tipo de conteúdo, índice um pouco menor em relação à população geral, que foi de 74%.
“A pesquisa demonstra que, apesar do aumento da conscientização sobre os riscos da dengue, muitos moradores da região Norte ainda enfrentam barreiras para se vacinar devido ao impacto das fake news, que atingem 36% dos entrevistados relatando o recebimento de informações falsas sobre vacinas em geral pelas redes sociais”, afirma Juliana Siegmann, pesquisadora do Ipsos. “Esse dado ressalta a importância de um acesso qualificado à informação”.
Hesitação por desinformação
Apesar do alto índice de confiança nas vacinas, o estudo revelou que a circulação de fake news impacta diretamente as decisões sobre a vacinação em geral:
• 36% dos participantes relataram ter recebido informações falsas sobre vacinas nas redes sociais.
• Quase 40% já deixaram de se vacinar ou recomendaram que outros não se vacinassem devido a dúvidas sobre segurança e eficácia.
• 10% decidiram não se vacinar por causa de informações recebidas online ou de amigos e parentes.
• 19% não mudaram de opinião, mas ficaram na dúvida por causa das informações recebidas.
Em contrapartida:
• 88% prestam atenção nas campanhas de vacinação.
• 87% acreditam que as vacinas em geral trazem benefícios.
• 93% dizem verificar a veracidade das informações sobre vacinas.
Impacto emocional das informações nas redes sociais
A pesquisa também avaliou os sentimentos despertados pelas informações sobre vacinas em geral nas redes sociais entre os entrevistados da região Norte:
• 81%afirmam que as informações trouxeram sentimentos positivos, como confiança (46%), tranquilidade (34%) e otimismo (33%). Entretanto, menos da metade (46%) ficou interessada no tema.
• 19% sentiram-se negativamente impactados, relatando desconfiança (13%), ansiedade (12%), medo (6%)e confusão (6%).
Principais fontes de informação sobre vacinas e dengue no Norte
• Fontes de recebimento de informação sobre vacinas: TV (60%), redes sociais (45%) e postos de saúde(39%).
• Plataformas mais buscadas: Instagram (60%), WhatsApp (46%), YouTube (44%) e Facebook (40%).
• Fake news mais comuns sobre dengue: eficácia da vacina, gravidade da doença, curas milagrosas e informações incorretas sobre formas de contágio.
Conhecimento e atitudes sobre a vacinação contra a dengue na região Norte
• 91% acreditam que a vacinação contra a dengue é eficaz para prevenir a doença.
• 46% afirmam ter ouvido informações que os desmotivaram a se vacinar, incluindo alegações de que a vacina foi desenvolvidarapidamente, não é eficaz ou causa efeitos colaterais graves.
O presidente da SBI, Alberto Chebabo, analisa que "a alta taxa de confiança na vacinação é um passo importante na luta contra a dengue,mas precisamos combater a desinformação que ainda desencoraja uma parcelasignificativa da população a levaro público elegível para receber a vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS)”.
“Com 91% da população da Região Norte considerando a vacinação contra a dengue uma medidapreventiva eficaz, vemos avançosna conscientização. No entanto, é essencial fortalecer a confiança para combater a desinformação,que prejudica a adesãoà vacinação”, comenta Vivian Lee, diretora médica da Takeda Brasil.
Pais atentos
44% dos entrevistados da região Norte são pais com filhos entre 4 e 17 anos. Embora cautelosos, eles têm atitudes mais positivas em relação à vacinação em geral, buscando informações e prestando atenção às campanhas. No entanto, esse grupo está mais exposto a fake news, principalmente em redes sociais e canais pessoais como WhatsApp. “Esses pais reconhecem a importância das vacinas e buscam informações para tomar decisões mais informadas sobre a saúde de seus filhos", destaca Dr. Chebabo, da SBI.
Conhecimento sobre a dengue entre os entrevistados do Norte
Embora a maioria reconheça a gravidade da doença, a disseminação de fake news, principalmente pelas redes sociais, destaca a importância das campanhas educativas.
• 8 em cada 10 pessoas da região Norte consideram a dengue uma doença grave. • 63% buscam informações sobre a dengue.
• 37% lembram de campanhas ou ações nos últimos 12 meses. • 39% já tiveram dengue; 87% conhecem alguém que teve.
• 25% conhecem alguém que já faleceu em consequência da dengue.
• Redes sociais (29%) e WhatsApp/SMS (21%) lideram a disseminação de fake news. • Fake news sobre dengue abordam vacinas (alegações de ineficácia, perigo e efeitos
colaterais graves), gravidade da doença (minimização da seriedade da doença); teorias conspiratórias (dengue como invenção); formas de tratamento (curas milagrosas e remédios caseiros ineficazes); informações incorretas sobre formas de contágio; dados confusos relacionados a outras doenças, como a Covid-19.
Para o médico infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), o conhecimento sobre a gravidade da dengue é reconhecido pela população, mas a circulação de fake news, especialmente nas redes sociais, representa um desafio significativo para o controle da doença. “Informações falsas sobre vacinas em geral, formas de contágio e tratamentos acabam confundindo as pessoas e dificultando a adesão a medidas preventivas e ao tratamento adequado. Por isso, campanhas educativas consistentes e claras são essenciais para combater esses mitos e reforçar a importância da prevenção e da vacinação contra a dengue,” afirma Dr. Kfouri.
Referência
Estudo quantitativo por coleta online realizado pela Ipsos a pedido de TAKEDA PHARMACEUTICAL COMPANY LIMITED no Brasil entre 30/10/2024 e 06/11/2024. Foram realizadas 2.000 entrevistas com amostra desproporcional por classe social em todo o território brasileiro com população acima de 18 anos de todas as classes sociais. Margem de erro total de 2,2 p.p e margem de erro do Norte de 8,9 p.p.