A vacina pneumocócica conjugada 20-valente, conhecida como Pneumo 20, recentemente lançada na rede privada, aumenta a proteção contra infecções causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae (pneumococo). O imunizante é mais abrangente do que as versões anteriores, como a 13-valente e a 15-valente. A ampliação propicia a cobertura de maior número de sorotipos, incluindo aqueles associados a casos graves e resistentes a antibióticos.
Segundo a médica Sylvia Freire, infectologista pediátrica do Sabin Diagnóstico e Saúde, essa atualização se faz relevante considerando a mudança de perfil epidemiológico observada nos últimos anos. "A vacina foi desenvolvida em resposta a mudanças nos padrões de circulação dos diferentes sorotipos, englobando aqueles que têm emergido como potenciais causadores de doença grave", explica.
O pneumococo é um importante agente causador de infecções como pneumonia e otite e pode ser responsável por quadros conhecidos como "doença pneumocócica invasiva", menos frequentes, porém mais graves, incluindo meningite e bacteremia. O risco é maior em crianças menores de 5 anos e adultos com 60 anos ou mais. “A nova vacina representa mais uma ferramenta no combate às infecções graves, que podem evoluir rapidamente, especialmente em grupos vulneráveis, como idosos e pessoas com doenças crônicas”, reforça a especialista.
Diversas condições crônicas e fatores de risco aumentam a probabilidade de desenvolvimento de doenças pneumocócicas. Entre eles estão alcoolismo, doenças crônicas do coração, fígado e pulmões, tabagismo, diabetes mellitus, entre outros.
Além disso, condições que comprometem o sistema imunológico também elevam o risco de infecções pneumocócicas. Entre essas condições, destacam-se: insuficiência renal crônica, síndrome nefrótica, imunodeficiências congênitas ou adquiridas, cânceres como leucemia, linfoma, mieloma múltiplo e a doença de Hodgkin, infecção pelo HIV, uso de medicamentos imunossupressores, doença falciforme e pacientes que passaram por transplante de órgãos sólidos.
Além da prevenção individual, a Pneumo 20 pode contribuir para a proteção coletiva, reduzindo a transmissão do pneumococo na comunidade. “Essa proteção indireta é útil para proteger pessoas que não podem ser vacinadas, como recém-nascidos e pacientes com contraindicação médica”, destaca a médica.
Indicação e esquema vacinal
A Pneumo 20 segue as mesmas indicações das vacinas conjugadas anteriores – crianças, idosos e portadores de condições de risco para doença pneumocócica grave. Gestantes ou pessoas com condições de saúde específicas devem consultar um médico antes de receber a vacina.
O esquema de vacinação varia conforme a faixa etária e o histórico vacinal do paciente:
Crianças menores de seis meses: a vacina pode ser administrada a partir de 6 semanas, sendo recomendadas três doses iniciais com intervalo mínimo de quatro semanas entre elas e uma dose de reforço entre 12 e 15 meses. (Esquema rotineiramente iniciado aos 2 meses.)
Crianças menores de seis meses: a vacina pode ser administrada a partir de 6 semanas, sendo recomendadas três doses iniciais com intervalo mínimo de quatro semanas entre elas e uma dose de reforço entre 12 e 15 meses. (Esquema rotineiramente iniciado aos 2 meses.)
Crianças de sete a 11 meses: duas doses no primeiro ano de vida e um reforço entre 12 e 15 meses.
Crianças entre 12 e 24 meses: duas doses com intervalo de dois meses entre elas.
Crianças a partir de 24 meses: dose única.
Adultos: recomendação de dose única, em eventual condição de risco ou indicação do médico assistente.
Idosos: dose única, independente do histórico vacinal.
As vacinas Pneumo 13, Pneumo 15 e Pneumo 20 são consideradas intercambiáveis, o que significa que aqueles que começaram esquema com vacinas Pneumo 13 ou Pneumo 15 podem continuar seu esquema de imunização com a vacina Pneumo 20. (Kiw/AI)