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Polí­tica

Foto: Divulgação

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A direita radical, defensora de posições ideológicas extremistas, tem entre suas principais metas para 2026 dominar o Congresso Nacional, com pelo menos 50% da Câmara dos Deputados e do Senado, e vê nas regiões Norte, Centro-oeste e Sul, além de redutos da região Nordeste, oportunidade para fortalecimento da pauta conservadora, através da ampliação do número de parlamentares. 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu do alto de um trio, em junho, durante ato na Avenida Paulista/SP, que os apoiadores elejam este número expressivo. "Se vocês me derem, por ocasião das eleições do ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil", comentou. Na oportunidade, foi enfático: "Quem assumir a liderança vai mandar mais que o presidente da República", disse.

O senador evangélico Magno Malta (PL/ES), um dos maiores defensores de Bolsonaro, diz que o objetivo é ampliar o número de parlamentares comprometidos com "a pauta conservadora, a liberdade e o reequilíbrio institucional". Ele reforça o discurso que há espaço para crescimento nas regiões Norte, Centro-oeste e Sul e redutos do Nordeste -  como divulgou o portal de notícias UOL em matéria política na sexta-feira, 25.

Dificuldades à Direita 

ex-senador e ex-presidente do PT do Tocantins, Donizeti Nogueira, analisa que as mais recentes atitudes do ex-presidente Jair Bolsonaro e do seu filho, Eduardo Bolsonaro, geraram dificuldades à direita. "Eu, pessoalmente, vejo que é um momento difícil. Os últimos passos deles como essa questão do cara levar uma bandeira dos Estados Unidos para uma reunião do Congresso e esse ataque do (Donald) Trump, podem funcionar ao contrário e eles não conseguirem o tal dos 50%", disse em entrevista ao Conexão Tocantins.

O desejo da direita radical, na visão de Donizeti, é conquistar o Senado. "Na verdade, eles querem o Senado para poder intervir no STF (Supremo Tribunal Federal), mudar no STF". Segundo o histórico petista, há uma tentativa de desestabilizar a economia para que a extrema-direita volte ao poder. "Mas o Brasil não é de extremistas", observa.

Apesar das investidas, como avalia o ex-senador, o Centro do espectro político continuará sendo bastante hegemônico, e "a direita vai diminuir e a esquerda vai crescer". 

A esquerda, na visão do ex-senador, tem que ter a clareza que o que está em jogo é a defesa da Democracia e o fortalecimento da aliança política para mostrar os avanços do atual governo Lula. "Penso que a nossa tática agora é mostrar o que o governo fez, obvio que tem que falar do legado passado, mas temos que mostrar o que estamos fazendo, e não é pouco, é muito coisa: o desemprego caindo, o PIB no patamar que está". 

Donizeti Nogueira não vê nome de peso da Direita para a eleição presidencial do ano que vem. "Você não vê na Direita ninguém ainda que possa ser o nome que articule, você tem que ter um candidato que dialogue com a sociedade". 

Bolsonaro Muleta

Sobre o tarifaço do presidente dos Estados Unidos ao Brasil, o ex-presidente do PT diz que Trump pegou  Bolsonaro como "uma muleta" para enfrentar o Brasil. "Para defender os interesses deles, pelos erros que eles cometeram. [...] O ex-presidente e seus filhos, mais um bando de maluco, estão aplaudindo que o Brasil seja prejudicado. Um negócio esquisito. Mas isso tudo vai depender de como a gente vai lidar".

Segundo Donizeti Nogueira, Trump está usando os "babacas dos Bolsonaro para tentar desestabilizar a economia brasileira, para enfraquecer o BRICS, desestabilizar o Brasil e dizer que eles mandam na América",  acrescenta o petista. Para o ex-senador, não é preciso vestir verde e amarelo para ser patriota. "Quando você precisa colocar bandeira amarela para dizer que é nacionalista, é porque não é. Esses aloprados que vão para o Congresso Nacional de verde e amarelo não tem nada de patriota, só pensam nos interesses deles", ressalta. 

Encontro Nacional 

O Partido dos Trabalhadores realiza no começo de agosto, em Brasília/DF, o 17º Encontro Nacional do PT, oportunidade que será realizada a posse do novo presidente nacional da sigla, Edinho Silva, e dos demais membros do Diretório Nacional. Também será momento de análise da conjuntura nacional e internacional. Segundo Donizeti, o congresso será oportunidade para decidir os próximos passos do PT no País. "Acredito que o partido vai reafirmar que o presidente Lula será candidato à reeleição. [...] O congresso vai apontar os caminhos, qual vai ser a nossa tática para os próximos seis anos", afirma Donizeti. 

No Tocantins 

O PT no Tocantins aguarda o Encontro Nacional em Brasília para dar posse aos novos representantes da sigla no Estado, eleitos em 2° turno realizado nesse domingo, 27. Apuração parcial confirma a Professora Rosimar eleita para o Diretório Metropolitano do PT e o Professor Nile William, presidente do Diretório Regional do PT Tocantins.  

 Professora Rosimar e Professor Nile William. (Foto: Divulgação)

Após a posse dos novos eleitos para a direção do partido, ocorrerá o início de tratativas visando as eleições de 2026, segundo Donizeti. "Vamos iniciar o debate sobre o processo eleitoral não a partir de nomes, mas a partir de um projeto com propostas. Vamos cuidar da transição, tomar posse, ver quais são as diretrizes que o congresso vai nos dar e vamos preparar o projeto de desenvolvimento para o Estado", disse. 

O ex-senador vê até então três nomes no quadro de candidatos ao Governo do Tocantins: o vice-governador Laurez Moreira (PDT), a senadora Dorinha Seabra Rezende (UB), e o presidente da Assembleia Legislativa, Amélio Cayres (Republicanos). "O PT não tem opção. Isso não quer dizer que não possa discutir. Estamos muito mais preocupados em discutir o que fazer para depois chegar nos nomes", concluiu.