A Companhia de Mineração do Tocantins (Mineratins) está sob novo comando. Júlio Edstron Secundino Santos foi nomeado presidente da autarquia do Estado.
Antes de assumir a Mineratins, Júlio foi Controlador-Geral da Prefeitura de Palmas. O novo presidente compartilhou em artigo sua visão para o setor mineral no Estado. Confira abaixo o texto na íntegra.
Perfil
Júlio Edstron Secundino Santos é advogado, graduado em Direito pela Universidade Presidente Antônio Carlos (2008), mestre em Direito pela Universidade Católica de Brasília (2014) e doutor em Direito pelo UniCEUB. Já atuou como secretário de Fazenda do Estado do Tocantins, membro da Comissão de Ensino Jurídico da OAB/MG e assessor especial no Tribunal de Contas do Estado do Tocantins.
Na área acadêmica, Júlio é professor do curso de Direito da FBR e pesquisador convidado do Centro Universitário de Brasília. É membro dos grupos de pesquisa Núcleo de Estudos e Pesquisas Avançadas do Terceiro Setor (NEPATS) da UCB/DF e do grupo Políticas Públicas e Juspositivismo, Jusmoralismo e Justiça Política do UniCEUB. Também é editor executivo da Revista Eletrônica de Políticas e Ação no Terceiro Setor (REPATS).
A Hora e a Vez da Mineração no Tocantins
O Tocantins, um Estado jovem com alma de gigante, é uma terra de contrastes e riquezas. Embora a agricultura e as belezas naturais dominem o cenário, há um pilar econômico silencioso e poderoso pronto para emergir: a mineração. Longe de ser apenas a extração de rochas, o setor se posiciona como a próxima grande fronteira para o desenvolvimento sustentável, prometendo diversificar a economia e impulsionar uma nova era de prosperidade.
O solo tocantinense guarda um tesouro geológico. Sua riqueza mineral, que inclui calcário, agregados para construção e até gemas, já movimenta uma cadeia produtiva essencial, gerando empregos e injetando recursos nos municípios. No entanto, o verdadeiro potencial reside nas jazidas ainda a serem plenamente exploradas. A mineração, quando realizada com tecnologia e responsabilidade, pode ser a chave para atrair investimentos de grande porte, aumentando a arrecadação de impostos e royalties, que se traduzem em mais infraestrutura, saúde e educação para a população.
O Estado do Tocantins não pode se limitar a exportar sua matéria-prima. O futuro do setor está na agregação de valor. A verdadeira revolução na mineração do Tocantins não está apenas em escavar, mas em transformar. Em vez de enviar o minério bruto para outras regiões, o estado tem a oportunidade de construir suas próprias indústrias de beneficiamento. Imagine fábricas de cimento que utilizam o calcário local, ou unidades de processamento de minerais raros essenciais para a alta tecnologia.
Essa mudança de paradigma cria um ciclo virtuoso: gera empregos mais qualificados, fortalece a cadeia produtiva ao atrair empresas de logística e serviços, e garante independência econômica ao tornar a economia mais resiliente às flutuações do mercado global. Ao dar esse passo estratégico, o Tocantins deixa de ser apenas um fornecedor e se torna um produtor de valor, retendo no estado uma parte muito maior da riqueza gerada pelo seu subsolo.
A mineração, quando conduzida com responsabilidade social e ambiental, vai muito além da extração de recursos. Ela se torna um motor para a construção de futuros melhores. Os projetos de mineração, por sua natureza, podem impulsionar o desenvolvimento de comunidades inteiras.
Ao gerar empregos e renda, eles reduzem a informalidade e oferecem oportunidades de qualificação profissional. Além disso, a arrecadação de impostos e royalties pode ser direcionada para o aprimoramento de serviços públicos, como escolas, hospitais e saneamento básico, melhorando a qualidade de vida de todos. É essa visão que o Tocantins deve abraçar: uma mineração que não apenas retira, mas que também devolve, criando um legado de prosperidade e bem-estar para as próximas gerações.
O futuro da mineração no Tocantins reside na diversidade e na inclusão. Para que o setor floresça de forma completa e equitativa, não se pode depender apenas de projetos de grande porte, com seu capital e tecnologia massivos. É crucial que o estado abrace e incentive também os empreendimentos de médio e pequeno porte, especialmente por meio de cooperativas de mineração. Essa abordagem garante que os benefícios da riqueza mineral sejam distribuídos de maneira mais ampla, empoderando comunidades locais e oferecendo oportunidades de renda e desenvolvimento para pequenos mineradores. Ao integrar todos os níveis da atividade, desde as grandes empresas globais até as iniciativas comunitárias organizadas, o Tocantins constrói uma mineração mais robusta, resiliente e socialmente justa.
A hora e a vez da mineração no Tocantins é agora! Este não é apenas um chamado para a exploração, mas um convite para o desenvolvimento inteligente e sustentável. Ao aliar a riqueza de seu subsolo com a visão de industrializar e agregar valor, o Tocantins pode pavimentar um caminho de crescimento robusto e duradouro, garantindo que o futuro do estado seja tão brilhante quanto as gemas que ele esconde em sua terra.
Júlio Edstron Secundino Santos
Diretor-presidente da Mineratins