O vice-presidente da Comissão Representativa do Congresso Nacional, Primeiro Secretário da Câmara, deputado Eduardo Gomes (PSDB) participou nesta quinta-feira, 12, da reunião da Comissão que ouviu o depoimento do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. A Comissão Representativa foi convocada pelo presidente do Senado, José Sarney, que comandou a audiência com o ministro.
Durante depoimento de mais de cinco horas na Comissão Representativa do Congresso, no Plenário do Senado, o ministro Fernando Bezerra foi acusado de ter favorecido seu Estado (Pernambuco) na liberação dos recursos do ministério; de privilegiar seu filho, o deputado Fernando Coelho Filho (PSB-PE), por ele ter tido 100% de suas emendas individuais encaminhadas ao ministério acatadas no ano passado; e de praticar nepotismo pelo fato de seu irmão Clementino Coelho ter presidido, até o início desta semana, a presidência da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codesvasf).
O ministro rebateu diversas acusações contra sua gestão à frente da pasta, mas deixou de responder alguns questionamentos feitos por deputados sobre supostas irregularidades praticadas no ano passado.
Em relação à distribuição regional dos recursos, ele informou que as ações de prevenção de desastres naturais de todos os ministérios somaram R$ 2,2 bilhões em 2011, sendo que Pernambuco recebeu 9% desse montante, atrás de São Paulo (26%), Rio de Janeiro (18%) e Minas Gerais (11%).
No entanto, a parcela do Ministério da Integração nessa liberação foi equivalente a 12%. Bezerra não declarou quanto desse montante foi destinado a Pernambuco, mas reconheceu que em 2011 direcionou mais recursos para ações de prevenção de desastres ao seu estado (R$ 98 milhões empenhados), sendo que a maior parte, R$ 70 milhões, foi utilizada na construção de um sistema de cinco barragens para evitar novas enchentes no estado. O ministro disse que o investimento teve o aval do governo e de vários ministérios. "Foi uma decisão técnica", afirmou.
Em relação ao filho, Fernando Bezerra afirmou que outros 53 parlamentares foram integralmente contemplados pela pasta em suas emendas individuais. O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), lembrou, no entanto, que Fernando Coelho Filho foi o que recebeu um dos maiores valores absolutos em emendas, R$ 9,1 milhões. Apenas o deputado Givaldo Carimbão (PSB-AL) recebeu mais, R$ 9,2 milhões. O ministro não comentou essa informação.
Sobre seu irmão, Bezerra disse que Clementino ocupou a presidência não por influência do ministro, mas porque houve a vacância e quem responde pela empresa, segundo seu estatuto, é o diretor mais antigo — Coelho, nomeado em 2003. (Assessoria de Imprensa – Com Informações da Agência Câmara).