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Estado

Foto: Esequias Araújo

A Audiência Pública em Gurupi para discutir a pavimentação da rodovia BR-242 em seu trecho da Transbananal (TO-500), na manhã da última sexta-feira, 18, contou com a participação de caciques e líderes indígenas das etnias Javaé e Karajá, moradores da Ilha do Bananal. Os líderes que usaram a palavra disseram ser favoráveis à pavimentação da rodovia e listaram as dificuldades enfrentadas pelos povos indígenas devido ao isolamento pelo qual estão sujeitos, bem como a falta de acesso às aldeias da ilha.

Segundo o cacique Iwraru Karajá, da aldeia Watau, é a primeira vez que os povos indígenas são ouvidos e convidados a participarem de um processo de tomada de decisões. "É a primeira vez que o índio é ouvido. O governador Mauro Carlesse se aproxima do índio, recebe o índio e vai visitar aldeia e manda os secretários para ouvir os índios e dormir na aldeia. E nós acreditamos nessa estrada para facilitar nossa vida, com o pedágio, a saúde e o acesso mais rápido aos hospitais, acesso à cidade e ao Estado", enfatiza o Cacique.

O cacique da aldeia Karajá Santa Isabel, Baú Karajá, diz que é a favor da implantação da rodovia, mas seu povo que ainda tem receio, acredita que a estrada facilitará um acesso maior às bebidas e às drogas. Por outro lado, o vereador de Formoso do Araguaia, da etnia Javaé, aldeia Canuanã, Robson Haritianã, acredita que mesmo sem a estrada o índio já está tendo acesso a muita coisa ruim, e que os benefícios da estrada também podem ser uma alternativa para que esses contratempos podem ser rebatidos com acesso à saúde e educação que a Transbananal pode proporcionar. "O conhecimento, as faculdades, o socorro médico e a agilidade do transporte são grandes benefícios para o índio da atualidade. A comunidade indígena não quer viver isolada como antigamente, ela quer preservar a cultura, mas quer ter acesso ao desenvolvimento com autonomia e ter o direito de ir e vir com seu próprio recurso", afirma Haritianã.

O líder político da aldeia Fontoura Karajá, Eli Mairu Karajá, professor na sua comunidade, destaca que o índio também tem que acompanhar o desenvolvimento e não quer mais viver isolado. "A gente está no mundo contemporâneo.  Indígena não tá [está] isolado do não indígena. A gente tá [está] sempre convivendo com não indígena e precisamos melhorar nossa educação, nossa saúde. Essa estrada que vai sair está favorecendo o acesso para ir na cidade, na questão da saúde. No tempo de inverno a gente não tem acesso a lugar nenhum, fica difícil o acesso à cidade. A maioria da comunidade favoreceu o projeto, 90% tá [está] querendo ver a proposta porque é muito bom para os indígenas".

Para o governador Mauro Carlesse, a Transbananal é um sonho que vai se tornar realidade, ao mesmo tempo em que oferece melhores condições aos povos indígenas. "Estamos em um processo muito importante do projeto e queremos que a rodovia saia do papel o mais rápido possível, respeitando o direito dos índios. As reivindicações dos indígenas incluem saúde, educação e segurança, e eles sabem que o desenvolvimento é a chave dessa melhoria na qualidade de vida das suas aldeias e a Transbananal é o pontapé inicial", disse o governador Mauro Carlesse.

O Governo do Estado ao garantir o respeito aos povos indígenas da Ilha do Bananal, afirma que as conversas e as visitas às aldeias irão continuar para que o sucesso da rodovia seja uma parceria entre todas as partes envolvidas no processo.

Na oportunidade, os representantes das aldeias indígenas da Ilha do Bananal entregaram uma carta ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, ondem atestam que são favoráveis à construção da rodovia, ao mesmo tempo em que fazem reivindicações para o bom andamento do processo.