Depois de três meses consecutivos de redução, o preço da cesta básica de alimentos em Palmas voltou a subir em julho, registrando inflação de 2,58%. O valor passou de R$ 703,09, em junho, para R$ 721,25, segundo levantamento do Núcleo Aplicado de Estudos e Pesquisas Econômico-Sociais (NAEPE) do Instituto Federal do Tocantins (IFTO).
De acordo com o estudo, os principais responsáveis pela alta foram o tomate, com aumento de 7,9%, a banana (7,1%), a carne (4,3%), o café (2,9%) e o feijão (2,1%). Entre os produtos que ajudaram a conter uma alta ainda maior, destacam-se o açúcar (-4,6%), o arroz (-3,8%), o leite integral (-3,3%), o pão francês (-2,3%), o óleo de soja (-1,1%) e a margarina (-1%).
“O retorno da inflação na cesta básica acende um alerta importante, especialmente porque atinge diretamente a população de menor renda, que destina a maior parte do orçamento à alimentação”, afirma o diretor-geral do Naepe, professor e economista do IFTO, Autenir Carvalho.
Com o preço atual, um trabalhador que recebeu um salário mínimo em julho precisou dedicar 113 horas e 36 minutos para adquirir apenas uma unidade da cesta básica. Segundo Carvalho, o impacto é ainda mais preocupante quando se considera o custo total de vida: “Para que uma família em Palmas pudesse garantir alimentação, moradia, transporte, educação, saúde e lazer, o salário mínimo necessário em julho deveria ter sido de R$ 6.059,23 — valor quase quatro vezes acima do piso nacional vigente.”
A pesquisa do Naepe é aplicada mensalmente em comércios de Palmas. O levantamento é considerado um dos mais relevantes para avaliar os impactos da inflação alimentar na capital. O estudo é realizado pelo Naepe, com apoio do Ministério Público do Tocantins (MPTO) e do Conselho Regional de Economia (Corecon-TO).
Os dados completos desta e de outras pesquisas estão disponíveis no site naepepesquisas.com e no Instagram do Núcleo: @naepe.pesquisas.