Vivemos um paradoxo interessante: mesmo com juros elevados, o crédito no Brasil continua em expansão, contrariando o que se esperaria num cenário de restrição monetária. Essa dinâmica ajuda a explicar a arrecadação surpreendente do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
O governo previa arrecadar cerca de R$ 11 bilhões com o tributo em 2025, mas o desempenho acima do esperado indica que o total deve atingir entre R$ 15 e R$ 16 bilhões até dezembro.
A caducidade da MP 1.303, que previa gerar aproximadamente R$ 20 bilhões em novas receitas, aumentou a necessidade de o governo buscar outras fontes de compensação fiscal. Nesse contexto, a arrecadação mais robusta do IOF tornou-se um fator relevante para aliviar temporariamente as contas públicas, embora o desafio de equilíbrio fiscal permaneça especialmente para 2026.
*Tatiana Guedes é gerente de produtos da InvestSmart XP.

            