Diante dos recentes e alarmantes casos de intoxicação por metanol registrados em outras regiões do país, o Sindicato dos Farmacêuticos do Estado do Tocantins (Sindifato) reforça alertas para toda a população tocantinense: a substância, de uso exclusivamente industrial e altamente tóxica, tem sido encontrada em bebidas adulteradas e seu consumo pode causar cegueira irreversível, falência de órgãos e até a morte.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anunciou nessa terça-feira (30) que foram confirmadas cinco mortes decorrentes de intoxicação por metanol. O governo de SP montou um gabinete de crise.
O Sindifato ressalta que o metanol (álcool metílico) é quimicamente similar ao etanol (o álcool consumido em bebidas), mas é extremamente venenoso. A ingestão de pequenas quantidades pode ser fatal. Doses a partir de 10 ml já podem causar cegueira, de acordo com especialistas.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Tocantins (Sindifato), Renato Soares Pires Melo, o profissional farmacêutico está pronto para orientar e esclarecer dúvidas. "É com grande preocupação que o Sindifato se posiciona diante dos recentes casos de contaminação por metanol, uma ameaça silenciosa e letal à saúde pública. Como farmacêuticos, temos o dever inalienável de atuar na linha de frente da informação e prevenção. O metanol, substância industrial de alta toxicidade, não deve, sob nenhuma circunstância, ser ingerido. Sua presença em bebidas adulteradas é um crime contra a vida, e a população precisa estar plenamente ciente dos perigos. A conscientização sobre a procedência das bebidas e a capacidade de identificar sintomas são ferramentas cruciais na defesa da saúde de nossos cidadãos. O farmacêutico, enquanto profissional da saúde acessível, está pronto para orientar e esclarecer dúvidas, reforçando a importância de um consumo seguro e responsável", disse.
A entidade representativa alerta que a ressaca por abuso de álcool é bem diferente da intoxicação por metanol. De acordo com o Sindifato, a diferença nos sintomas é a melhor forma de identificar se a bebida continha uma mistura de etanol e metanol. Enquanto o primeiro gera desconforto e impactos rapidamente, mesmo os mais graves, os sintomas do metanol vão aparecer aos poucos, tendem a aparecer algumas horas depois da ingestão, pois o corpo metaboliza a substância lentamente.
Os sintomas iniciais aparecem, em média, de 12 a 14 horas após a ingestão de produto com metanol e variam entre dores de cabeça, náuseas e vômitos, dores abdominais, confusão mental, visão turva repentina ou cegueira. Quem tem esses sintomas não irá apresentar necessariamente todos eles, nem irão aparecer em ordem específica.
Orientações de Segurança:
O principal risco do momento é quanto à adulteração de bebidas. O Sindifato orienta a população que adote medidas rigorosas na hora da compra:
> Fuja de preços suspeitos: bebidas com preços muito baixos devem ser tratadas como suspeita;
> Verifique a Embalagem: fique atento a lacres tortos, desgastados ou com sinais de violação. O rótulo deve ter impressão nítida, sem erros grosseiros;
> Procure selos fiscais: prefira sempre produtos que apresentem selo fiscal e rastreabilidade clara do fabricante;
> Evite origem duvidosa: a recomendação é comprar bebidas apenas em estabelecimentos de confiança e evitar produtos de procedência desconhecida ou informal.
Identificação de Sintomas e Busca por Ajuda
O tempo é crítico em casos de intoxicação por metanol. Entre os sintomas, estão:
> Sintomas de intoxicação (que podem surgir entre 12 a 24 horas após o consumo):
> Visão turva ou cegueira repentina: este é o sintoma mais grave e comum.
> Mal-estar geral: dores de cabeça intensas, náuseas, vômitos e dor abdominal.
> Confusão Mental.
A orientação dos profissionais de saúde, corroborado pelo Sindifato, é clara: caso você ou alguém próximo apresente estes sintomas após o consumo de álcool, procure imediatamente uma emergência médica. O tratamento deve ser feito com urgência, incluindo o uso de antídotos específicos.
O presidente do Sindifato, Renato Soares, destaca que a vigilância é o melhor antídoto. "Neste cenário de risco, a vigilância constante e a rápida ação são, de fato, os nossos melhores antídotos. O Sindifato reitera a necessidade imperativa de que, ao menor sinal de sintomas associados à intoxicação por metanol após o consumo de bebidas, seja procurada assistência médica imediata. Cada minuto conta. Além disso, reforçamos que o farmacêutico, como profissional de saúde acessível, está apto a oferecer orientações essenciais sobre os riscos do metanol, a importância de adquirir produtos de fontes confiáveis e a identificar os sinais de alerta. A informação salva vidas, e nossa missão é empoderar a comunidade com o conhecimento necessário para se proteger", concluiu.